Jornalista da CMTV acusada de racismo

Na passada quarta-feira, dia 27 de novembro, Tânia Laranjo publicou uma imagem considerada polémica no seu perfil de Facebook, na qual surgem Joacine Katar Moreira (deputada do Livre) e Mamadou Ba (dirigente da SOS Racismo e ex-assessor do Bloco de Esquerda): «Black Friday [sexta-feira negra] Promoção Especial Leve 2 e Não Pague Nenhum», pode ler-se. «Não resisto», escreveu na legenda.


As críticas não se fizeram esperar e a maioria delas denunciou o ato racista da jornalista da CMTV, já que os dois visados são negros. O post foi apagado e existiu uma primeira reação: «Não há paciência para gente anormal. Sou angolana, branca. Tenho na minha família angolanos pretos. Temos todos sentido de humor. É uma cena que não tem a ver com a cor da pele. Tem a ver com a inteligência».
«Atacar o André Ventura é democracia... Publicar uma imagem com uma piada da deputada do Livre é racismo. Acho que muitos precisam de aulas de democracia», acrescentou.


Horas depois, Tânia Laranjo respondeu novamente aos comentários negativos: «Agora falando a sério. Humor é humor. Nem todos gostamos das mesmas piadas. Mas não devemos matar o humor. Não sou racista. Nunca fui. Brancos, amarelos ou azuis. Nasci em Angola e sou filha de angolanos. Não somos os colonizadores maus. Sou angolana e portuguesa. As críticas à Joacine e ao Mamadou não têm a ver com a cor da pele. Há brancos 'rasgados' nas redes sociais. Basta ver o Trump ou o Bolsonaro. Aos que se ofenderam peço desculpa. Para os politicamente corretos e que usam os insultos nada tenho a dizer. Apenas que estava a brincar. Mais nada».


Contactado pela revista TV7 Dias, o diretor-adjunto do Correio da Manhã e da CMTV afirmou que é «um assunto que vai ser discutido e analisado internamente». «Aproveito, ainda, para remeter para o estatuto editorial do Correio da Manhã, o qual constitui a ‘lei fundamental’ da prática jornalística diária da equipa que produz o jornal. Num dos parágrafos, afirma o nosso Estatuto Editorial: ‘o Correio da Manhã elege a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a Constituição da República Portuguesa como pilares jurídicos fundamentais da sua ação jornalística», explicou Carlos Rodrigues.
A alegada brincadeira já chegou também ao Sindicato dos Jornalistas e a questão foi «encaminhada para o Conselho Deontológico».

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