Presença de neo-nazi em programa da RTP1 causa polémica

No passado dia 24 de outubro, Nuno Cláudio Cerejeira foi entrevistado por Tânia Ribas de Oliveira durante o programa «A Nossa Tarde», na RTP1, a propósito de um projeto da Fundação Infantil Ronald McDonald e surgiu na companhia da mulher e dos seus três filhos gémeos recém-nascidos.


Quase duas semanas depois, a SOS Racismo recordou que o convidado é «um dos envolvidos nos episódios de agressões raciais que, em 1995, provocaram dezenas de feridos e que levariam à morte de Alcindo Monteiro».
«O referido indivíduo, além de condenado a prisão efetiva por crimes de ofensas corporais e pelo seu envolvimento nesses atos de violência extrema é, também, um atual e persistente militante da causa neonazi. Como é do conhecimento público, é um dos elementos dos Hammerskins em Portugal, organização internacional criminosa e neonazi, proprietário do Club 38, local conhecido como uma "skinhouse", frequentado por neonazis, e membro da Luz Branca, outra associação racista cujo propósito era prestar solidariedade apenas a "crianças brancas". No seu cardápio inclui-se ainda condenações em tribunal por crimes de roubo, sequestro, coacção e posse ilegal de armas. No seu cardápio inclui-se ainda condenações em tribunal por crimes de roubo, sequestro, coação e posse ilegal de armas», prosseguiu o comunicado.
A associação «não só condena a normalização da imagem de um indivíduo racista e que perfilha assumidamente a ideologia fascista, como exige esclarecimento e tomada de posição pela Tutela da televisão pública, pelo conselho de administração e direção editorial da RTP».


Face à polémica instalada nas redes sociais, a coordenação de «A Nossa Tarde» esclareceu que «não teve nenhum conhecimento sobre os antecedentes criminais do pai, nem tão pouco das suas convicções políticas». «Nunca o teríamos recebido, se soubéssemos. Lamentamos muito o sucedido e pedimos desculpa a todos quantos se tenham sentido ofendidos», pode ler-se na página de Facebook do talk show.


Tânia Ribas de Oliveira também já reagiu: «Quem me conhece sabe que sou uma pessoa de palavras mas, mais importante ainda, de palavra (...) eu sinto que devo também, em nome pessoal, pedir desculpa pelo nosso erro enquanto equipa. Assumimos a nossa ingenuidade e até a nossa ignorância. Assumimos a nossa responsabilidade, a nossa tristeza e pedimos desculpa. Mas não poderemos nunca identificar-nos com qualquer comentário que nos relacione com quaisquer ideais que não sejam os da Igualdade, da Tolerância e do Amor. Isso, não. Como cidadã, como mulher e como mãe, abraço agora a família e amigos de Alcindo Monteiro».

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