«Casa Feliz» em risco na SIC?

O programa «Casa Feliz», da SIC, está a enfrentar uma crise de audiências nas últimas semanas, oscilando entre a vice-liderança (atrás da TVI) e o terceiro lugar (quando perde também para a RTP1). Na sua crónica na revista Nova Gente, Nuno Azinheira abordou o assunto. «(...) A televisão é um negócio. Pode ser uma arte, claro, mas é um negócio. Vive de audiências, da recetividade do público, de patrocínios e publicidade. De dinheiro. Um programa pode ser muito bem feito e de grande qualidade, mas, numa televisão privada, se não cumpre o objetivo, adeus - ele é o elo mais fraco. É como no futebol: o treinador pode ser ótimo, mas a equipa não ganha, azar: chicotada psicológica», começou por escrever o jornalista.
«Para o bem e para o mal, o espetador tem razão. Quando gosta muito de um programa ou quando o despreza. Mas há casos em que aos poucos, a avaliação do espetador vai mudando. Ou porque se instala um cansaço que, quando começa, é difícil inverter. Ou porque os conteúdos deixaram de ter o mesmo interesse, porque as equipas são as mesmas há muito tempo, porque quase tudo já foi feito em televisão, e a imaginação vai faltando. Porque do outro lado também se aposta forte em formatos concorrentes e, em determinado momento, essa brisa fresca pode entusiasmar mais», prosseguiu o comentador do «Passadeira Vermelha» (SIC Caras).
«Vejamos o caso de Casa Feliz, na SIC. Depois da era Cristina Ferreira nas manhãs do canal, João Baião e Diana Chaves herdaram um programa de uma sexta para segunda-feira. Pegaram na casa e foram dando o seu toque. E as audiências não se ressentiram. A Casa liderou de forma clara durante mais de dois anos. Nos últimos meses, o Dois às 10 foi-se aproximando. E ganhando. E hoje ganha mais do que perde», contextualizou. «Quer dizer que Baião e Diana deixaram de prestar? Nada disso. A televisão é feita de ciclos. E esse ciclo mudou, pelo menos, por agora», explicou. «A SIC e a produtora (Coral Europa) têm de pensar em novos conteúdos, perceber o que resulta bem e menos bem, olhar para o lado e comparar. E mudar o que acharem que devem mudar», aconselhou. «Há uma certeza na vida que é bom ter sempre presente na televisão: “não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe”. É isso», rematou.

Nuno Azinheira

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