Júlio Isidro recorda Cândida Branca Flor e questiona: «Que fantasmas viviam dentro dela? Será que se matou para existir?»

«O que esconde um sorriso». No passado dia 11 de julho, Júlio Isidro assinalou no Facebook o 24.º aniversário da morte da cantora Cândida Branca Flor. «Era a imagem da alegria, o culto da saúde física, ginásio, elegância e muita energia. Soube da sua existência a cantar com a Banda do Casaco no álbum Coisas do Arco da Velha, a canção Romance de Branca Flor. E foi assim que a alentejana de Beringel, Cândida Soares, adotou o nome artístico de Cândida Branca Flor. Em 1976 estreava-se no meu programa Fungagá da Bicharada a cantar A Borboleta e mais tarde no Arte & Manhas no Jogo da Glória. Estreou-se para o pessoal da pesada, na Febre de Sábado de Manhã da Rádio Comercial no Nimas. No meio da cena rock, recordou para os mais velhos e acordou os mais novos para a Canção da Roupa Branca e A Agulha e o Dedal que tinham sido tremendos êxitos de Beatriz Costa», começou por recordar.
«Foi minha convidada em inúmeros programas de televisão e de rádio e nunca adivinhei no seu olhar uma sombra de depressão ou apenas de tristeza. A vida é feita de Trocas e Baldrocas, mas a nossa 'Jane Fonda' não dava mostras de querer trocar a vida pela morte. Brindou e brilhou com o Carlos Paião no Festival de 84 com a canção Vinho do Porto e os seus espetáculos eram momentos de alegria esfuziante. O que traria a nossa Flor, de espinhos na alma? A notícia caiu como um sismo no nosso meio. Cândida Branca Flor, no dia 11 de julho de 2001, tomou uma brutal dose de comprimidos ingeridos com álcool e ali ficou prostrada, sozinha em casa», acrescentou o veterano apresentador.
«Que fantasmas viviam dentro dela? A estrela estava a perder o brilho? Os contratos eram mais raros? A solidão matava-a aos poucos no meio da multidão para a qual ainda sorria?
Será que se matou para existir? Será que aquele gesto definitivo não era querer morrer, mas apenas desaparecer?», questionou.
«Na minha memória fica a Borboleta do Fungagá que voou para parte incerta. Passaram 24 anos, sem Branca Flor», rematou Júlio Isidro.

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