«Golpe de Sorte»: SIC acusada de plagiar ideia de Eduardo Cintra Torres
Na sua crónica no jornal Correio da Manhã, Eduardo Cintra Torres recordou que apresentou uma sinopse à produtora SP Televisão, em 2015, «para uma série de uns 30 episódios», onde o protagonista «é faz-tudo numa tasca, ganha o EuroMilhões; lança-se à conquista de Lisboa; tropeça, mas tem a cabeça no lugar».
O crítico de televisão afirmou que a sua ideia «fez o seu caminho longe» de si e «o homem pobre passou a criada e vendedora de frutas e legumes», referindo-se à personagem Maria do Céu (Maria João Abreu) da série «Golpe de Sorte», da SIC. «E assim, eis-me pai de uma criança de que me separaram à nascença. A vida como as novelas, dá muitas voltas», rematou.
A acusação de plágio foi desmentida num comunicado:
O crítico de televisão afirmou que a sua ideia «fez o seu caminho longe» de si e «o homem pobre passou a criada e vendedora de frutas e legumes», referindo-se à personagem Maria do Céu (Maria João Abreu) da série «Golpe de Sorte», da SIC. «E assim, eis-me pai de uma criança de que me separaram à nascença. A vida como as novelas, dá muitas voltas», rematou.
A acusação de plágio foi desmentida num comunicado:
A SIC, a SP Televisão e Coral Europa repudiam qualquer associação à “ideia” que Cintra Torres diz ter fornecido à SP Televisão, e esclarece que a premissa de “Golpe de Sorte” nasceu em Novembro de 2018 no seio da Direção de Programas da SIC e é um formato original, estruturado e desenvolvido de raiz pela autora Vera Sacramento e produzido pela Coral Europa, uma empresa concorrente da SP Televisão. Um facto que Eduardo Cintra Torres, enquanto crítico que se dedica a análise de conteúdos televisivos, deveria saber. A autora trabalha há uma década na Coral Europa, não tem, nem nunca teve, nenhuma ligação à SP Televisão.
A ideia de alguém que nasceu pobre se tornar rico, de um dia para o outro, é indubitavelmente sedutora para quem escreve ficção. A consulta de alguns clássicos da literatura ou uma breve pesquisa sobre outras obras de ficção que obedecem à mesma premissa, atestam isso mesmo. De resto, nem seria preciso um visionamento atento para se concluir que a série da SIC nada tem a ver com a “ideia” de um “homem novo” que se lança “à conquista de Lisboa; tropeça, mas tem a cabeça no lugar”, e que permitiria “alguma literacia sobre operações económicas e financeiras no imobiliário ou na Bolsa”. Ao contrário, “Golpe de Sorte” passa-se numa vila imaginária chamada Alvorinha e tem como protagonista uma mulher vendedora de fruta chamada Maria do Céu. Toda a construção do universo que suporta esta série saiu da lavra dos seus autores e nenhum deles é Eduardo Cintra Torres.
Uma (falsa) acusação de plágio é grave, feita sem qualquer prova ou sustento é irresponsável, nos termos em que Cintra Torres a faz é delirante. Se Eduardo Cintra Torres, como diz, é “pai de uma criança” que lhe foi separada à nascença, deve procurá-la noutros locais, porque “Golpe de Sorte” não está institucionalizada, nem tem problemas de filiação. É uma série original criada na SIC, cuja autora é Vera Sacramento e produzida pela Coral Europa.
Comentários
Enviar um comentário