Lia Gama recorda maus-tratos na infância: «Quanto mais me batiam, menos eu chorava»

Em entrevista ao programa «Alta Definição», exibida no passado sábado (9) na SIC, Lia Gama falou sobre o terror que viveu com o pai e a madrasta dos 4 aos 13 anos de idade: «Não tenho memórias gratificantes até ao princípio da adolescência». «Simplesmente, eu levava duas vezes por coisas que, às vezes, nem tinha feito (...) era o bombo da festa (...) Quanto mais me batiam, menos eu chorava. Agrediam-me e eu não chorava, que os desesperava, sobretudo o meu pai», disse.
A atriz «era tão agredida fisicamente que as vizinhas fizeram uma carta anónima para o Tribunal de Menores a queixarem-se». «Eles foram julgados e absolvidos (...) Não os denunciei. Ficou guardado para mim», contou. Lia Gama recordou «ter levado uma sova monumental porque tinha passado para a terceira classe, tinha os livros novos e uma pasta nova e havia um cãozinho lá em casa» e foi chamada pela madrasta - que tinha um estabelecimento de frutas e hortaliças - para «entregar umas coisas a uma freguesa» e deixou o material escolar em cima da cama e o animal destruiu tudo.
«'Meu Deus, agora como é que vou dizer que foi o cão não fui eu?'. Então meti tudo dentro da pasta que era nova e fechei a pasta à chave. Um dia, a minha madrasta ficou em casa, estava a fazer limpezas ao quarto e descobre-me a pasta fechada à chave - claro que ela abriu a pasta facilmente - e descobriu aquele preparo. Foi uma sova monumental que eu levei. Era com cinto, era com verdasca de marmeleiro (…) Só me lembro da minha madrasta dizer: 'Não lhe batas na cabeça'», relatou.


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