Manuel Luís Goucha lamenta morte de Glória de Matos (1936-2025)

Manuel Luís Goucha reagiu à triste notícia através das redes sociais: «Que final de ano! Hoje foi a Glória de Matos. A minha primeira memória é como espectador, ainda adolescente. Havia terminado o ZIP ZIP, o programa que em 1969 marcou a televisão portuguesa e fazia parar o país, pelas rábulas de Raul Solnado, pelas entrevistas de Carlos Cruz e Fialho Gouveia com figuras notáveis como Mestre Almada Negreiros, entre outros. Recordo igualmente José Nuno Martins na apresentação de uma nova geração de cantores, os baladeiros, como José Barata Moura, Padre Fanhais... Uma autêntica pedrada no charco só possível numa época de alguma esperança, com a Primavera Marcelista, que logo se desvaneceu», começou por escrever.
«Seguiu-se-lhe o Curto Circuito, programa gravado no [Teatro] Monumental com Artur Agostinho, ladeado na apresentação por duas atrizes: Laura Soveral e Glória de Matos. Na altura impressionava-me o perfeito inglês de Glória, longe de saber da sua formação teatral na Old Vic. O tempo passou, fiz-me apresentador e nessa qualidade foram várias as vezes que com ela conversei. Que fascínio ouvi-la falar do seu amor maior, Henrique Mendes, de quem foi amantíssima companheira, da paixão pelo teatro e do respeito pela palavra. Era feroz quanto aos "tratos de polé" que a nossa língua mátria sofria nomeadamente na televisão (não que a coisa tenha melhorado, antes pelo contrário). O que ríamos quando recordávamos o "tefone pa cá!". Senhora de requinte e fina ironia, das que mais gostei de conhecer», acrescentou.
«Hoje só posso sentir-me grato e feliz pelas vezes que a tive na minha vida», rematou o apresentador da TVI.

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