Comissão de Trabalhadores da RTP preocupada com programas que promovem «ajuntamentos em localidades do interior»

O programa «7 Maravilhas da Cultura Popular» tem sido «motivo de preocupação para os trabalhadores da RTP em geral e para aqueles e aquelas, em especial, que trabalham em exteriores», revela um comunicado emitido, esta semana, pela Comissão de Trabalhadores (CT) da estação pública.
«Têm sido várias a vozes (entre elas a nossa) a advertir contra a imprudência de promover ajuntamentos em localidades do interior do país, com os curiosos a acorrerem e a fazerem, para nós, o papel de figurantes pro bono. Agora, nem de propósito: a vila de Mora, no Alentejo, acolheu um dos programas congéneres do Sete Maravilhas, o Rota N2, e, quase ao mesmo tempo, tornou-se palco de um dos surtos mais preocupantes do país», apontou a CT.
«O jornal Público não deixou escapar a coincidência e sugeriu mesmo que tenha havido culpas do "programa televisivo que passou por aqui e pelo concelho de Montemor há pouco tempo, com os habituais ajuntamentos que provocam este tipo de eventos"», acrescentou. «Certamente não foi o Rota N2 a levar o coronavírus para Mora e esperamos que também não esteja a trazê-lo de lá. Mas certezas e esperanças destas dependem da sorte e, jogando à roleta russa, ninguém tem sorte toda a vida. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele», esclareceu.
A Comissão continua «a receber sinais preocupantes por parte de colegas cuja classificação em grupo de risco vem sendo reavaliada» defendeu que «a reavaliação deve obedecer única e exclusivamente a critérios clínicos (...) deve examinar cada pessoa e emitir um parecer que a mantém ou que a retira do grupo de risco», «a gestão pode e deve colocar em teletrabalho as pessoas de grupo de risco que aí possam exercer a sua actividade sem perda de eficácia» e que «a Medicina do Trabalho tem de assumir as responsabilidades de manter uma pessoa em grupo de risco, ou de retirá-la dessa situação».

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