Margarida Bakker: «Quis distanciar-me da minha mãe [Alexandra Lencastre] e fazer o meu caminho»

Aos 27 anos de idade, Margarida Bakker continua a lutar para conquistar o seu lugar na representação por direito próprio. «Tem sido bastante difícil, sim. É difícil para todos os que estão nesta área. Há muita gente talentosa desempregada. Temos sempre de arranjar um plano B. Tirar um mestrado noutra área, que é o que estou a pensar fazer, ou trabalhar na restauração quando estamos entre projetos», disse em entrevista recente à revista Caras.
«Trabalho com a Nova Companhia, do Martim Pedroso e do João Telmo, e adoro. Mas gostava também de construir uma carreira no audiovisual. Estou consciente de que os meus traços físicos são bastante vincados, que não tenho um rosto mainstream, por exemplo, como hoje se privilegia nas novelas. Às vezes acho que a imagem se sobrepõe ao talento e gostava que os castings e as audições fossem abertos a todos...», afirmou.
«Estou sempre em luta pela igualdade para atores com formação que andam a pagar propinas e saem para o mercado e não têm oportunidades. Mas atenção, há atores sem formação que se revelam e são grandes talentos. Nada contra. A questão da igualdade de oportunidades no que toca a castings é que está um bocadinho desequilibrada. Vai mais para a questão das redes sociais, em que tens de te autopromover para seres visto...», explicou.
A jovem confessou: «Tenho momentos em que me sinto desvalorizada, ou porque não estou a ter o sucesso que alguns esperavam de mim, ou porque tenho um registo muito diferente do da minha mãe [Alexandra Lencastre] e sou comparada a ela. É como se entrássemos numa competição esquisita que nunca quisemos. Aliás, agora queremos contracenar exatamente por causa disso, porque temos registos diferentes que se conjugam bem».
«Torna-se difícil por ter a sombra da minha mãe, que é considerada uma das grandes atrizes de Portugal, que foi um sex symbol durante anos e anos, para alguns ainda hoje é - eu não quero pensar nela dessa forma. Não sou parecida com ela fisicamente, tenho traços nórdicos mais andróginos, masculinos, talvez. Mas, como disse, temos registos diferentes e sempre quis distanciar-me e fazer o meu próprio caminho. Estou a tentar encontrar o meu lugar nesta área», acrescentou.

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