Joana Alvarenga revela: «Eu ia fazer o meu primeiro filme e fui assediada pelo realizador»


Depois da polémica denúncia de Sofia Arruda, o movimento #MeToo - dedicado às vítimas de assédio e agressão sexual - despoletou em Portugal e vários casos tornaram-se conhecidos, nomeadamente, os de Barbara Guevara (jornalista), Inês Simões (atriz) ou Leonor Poeiras (apresentadora).
Numa grande investigação da revista Nova Gente, Joana Alvarenga partilhou o seu testemunho: «Foi em 2012. Eu ia fazer o meu primeiro filme e fui assediada pelo realizador». «Convidou-me para jantar e eu achei que era para falar sobre o projeto. Fui, mas falámos de tudo, menos do trabalho. No final do jantar, questionei e ele disse que falaríamos depois, e que aquele jantar tinha servido para nos conhecermos melhor e que ele queria saber como é que eu era», contou.
«Eu era muito novinha na altura. A pessoa em questão disse-me que queria apostar em mim, porque gostava de apostar em novos talentos, e isso criou uma ilusão na minha cabeça. Tudo o que ele me disse deu a entender que eu ia ser a nova diva de Portugal e claro que eu fiquei superentusiasmada», recordou a atriz. «Dias depois, tentei marcar uma reunião nos escritórios da empresa, mas ele rejeitou sempre e tentou que essas reuniões passassem para convívios. Numa situação, assediou-me... Não foram só as palavras, foram também as ações. Não foi uma abordagem direta e descarada, foi insinuosa», afirmou.
«Disse-lhe que todos os papéis que tinha conseguido até ali tinham sido por mérito e que não sou uma prostituta da televisão. Disse que sempre consegui tudo com muito suor e que adorava deitar-me de consciência tranquila. Na altura, ele disse-me que, assim, ainda me admirava mais, porque havia muitas miúdas que faziam tudo para aparecer e por um papel», relatou.
Joana Alvarenga perdeu este trabalho e sofreu as consequências: «Até hoje, nunca fiz cinema e acho que foi por causa desta recusa». Ainda assim, a antiga protagonista da série «Rebelde Way» (SIC) revelou que, ao longo dos anos, voltou a encontrar-se com a pessoa em questão: «Falamos socialmente. Não quero constrangimentos».

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