Nuno Markl comenta fim de carreira de Bruce Willis: «Ele já não era capaz de fazer mais»

Admirador do trabalho de Bruce Willis, Nuno Markl manifestou a sua opinião através do Instagram: «É trágico que a reforma do grande Bruce seja pelas razões que é. E provavelmente havia uma razão para os seus filmes mais recentes serem tão irrelevantes e indignos do seu carisma e talento, que acabaram, este ano, numa categoria própria nos Razzies [prémios que distinguem os piores no cinema]: ele já não era capaz de fazer mais», começou por escrever.
«Mas olhem para a carreira que ele já tinha», apelou o humorista e radialista. «A maneira como triunfou como improvável action star quando John McTiernan, contra ventos e marés, viu no galã cómico de Moonlightning um ícone heróico - mas humano - capaz de derrotar todo um gang de facínoras em Die Hard. O arrojo dele em contrariar a ideia de que só conseguia fazer variações do detective David Addison ou do polícia John McClane, ao entregar-se a pérolas delicadas como Nobody’s Fool, de Robert Benton, ou Moonrise Kingdom, de Wes Anderson. A confiança com que expandiu o seu star power nas visões tão particulares e idiossincráticas de Quentin Tarantino, em Pulp Fiction, e de Terry Gilliam, em 12 Monkeys. E o fogo lento mas devastador dos seus heróis sobrenaturais em The Sixth Sense e Unbreakable, de M. Night Shyamalan. E estes são só os meus favoritos, mas ele fez mais, muito mais», destacou.
«É triste que a nomeação de vários filmes nos Razzies marque o fim de carreira - mas quem quer saber dos Razzies?», lamentou. «Willis é uma estrela como já há poucas, um monstro de carisma apanhado na transição entre a velha e a nova Hollywood, com clássicos tão essenciais na sua carreira que todos os passos em falso se extinguem sem deixar rasto. Teremos saudades, mas felizmente ficam filmes que sobrevivem a infinitos visionamentos», rematou.

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