João Baião: «Inventaram-me como consumidor de drogas por não entenderem o meu nível de energia»

A propósito do seu 60º aniversário, celebrado no passado dia 8 de outubro, João Baião lançou um livro autobiográfico, «O Outro Lado da Alegria - A História Que Vos Quero Contar», em parceria com a Contraponto Editores, onde partilha um testemunho inédito, surpreendente e poderoso.
O apresentador dedicou um capítulo ao programa que o catapultou para a fama, «Big Show SIC» (1995-2001): «Era uma experiência nova. Senti que estava a fazer uma coisa para mim, algo que também nunca tinha feito enquanto profissional. Senti que havia ali qualquer coisa, um romper de um estereótipo na programação da televisão. (...) O meu trabalho ganhou outra dimensão. Claro que não foram só rosas, aplausos, méritos e benefícios, palmadinhas nas costas e elogios. Também aconteceu o contrário. Fui arrasado, julgado. Chamaram-me as coisas mais extraordinárias dentro do universo da maldade, sem pudor», cita a revista Nova Gente.
João Baião recordou os rumores que enfrentou na altura: «Inventaram-me como consumidor de drogas por não entenderem o meu nível de energia. Eu sou assim. Sempre fui assim e nunca me droguei. Não bebo álcool e na altura tão-pouco, não é uma opção de hoje. As pessoas arrepiavam-se com a minha energia e sentiam necessidade de me criticarem de uma maneira muito violenta. Para elas, eu era um drogado, consumia drogas pesadas, alvitraram-se todas as hipóteses. Ou melhor, inventou-se o que se quis e o que não se quis. Tudo o que poderia justificar uma pessoa ter energia».
«Senti essa violência com um sentimento de profunda injustiça, porque estava a fazer o que sentia ser o meu papel. Estava a trilhar um caminho novo em televisão e tinha um conjunto de convidados de mão-cheia, pessoas excelentes. Não houve talento em Portugal que não tivesse feito parte do programa (…) Até alguns amigos não entenderam a minha opção. Pessoas da música, do teatro, chegaram a perguntar-me: ‘Mas sujeitas-te àquilo porquê?’. Eu nunca me sujeitei a nada, meus amigos. Fiz um programa com gosto e energia. E fiquei muito feliz por fazê-lo», acrescentou.
O também ator foi «trucidado» pelos críticos: «Mas resisti, sobretudo por ter o feitio que tenho. Posso ficar sentido, mas não me deixo derrotar. E passei a saber quem são, realmente, as minhas pessoas, aquelas que entendem».

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