Fernando Correia desiludido com a TVI: «Não esperava um final destes»


Dispensado da TVI desde setembro do ano passado, Fernando Correia falou abertamente sobre a polémica saída numa entrevista ao semanário Sol: «Apanhou-me completamente de surpresa. (...) Houve inicialmente um constrangimento por causa da pandemia, depois meteram-se as férias, o futebol estava mais ou menos parado e havia aí um argumento válido para não haver comentários», explicou.
«Depois o Sérgio Figueiredo, ainda na direção da TVI, disse: ‘Como está na altura de regressares, vamos retomar os comentários na medida do possível mas só te peço que façamos um acerto de vencimento ou um novo contrato’. Propôs-me uma verba que aceitei. Havia menos trabalho e, portanto, compensaria de alguma forma. No dia em que ia sair do Algarve, onde estava de férias, para vir para a TVI, para fazer o primeiro comentário da nova temporada, do novo contrato, tive uma trombose ocular. Telefonei para o meu editor, mandei uma mensagem ao Sérgio e perceberam perfeitamente a minha ausência, estava no hospital. A resolução do problema ainda demorou umas três semanas e quando manifestei que já estava em condições de voltar, disseram-me que o ambiente estava um bocado confuso e que o melhor era esperar», acrescentou.
«A confusão deu-se com a saída do Sérgio e a entrada deste novo diretor [Anselmo Crespo]. Esperei que me dissessem alguma coisa, entretanto o meu editor telefonou-me a dizer que o novo diretor queria falar comigo. Aliás, queria falar com todas as pessoas que colaboravam ou que tinham contratos porque pretendia fazer uma remodelação. Um dia telefonou-me a dizer que o contrato ia ser rescindido porque havia uma nova política de comentadores. (...) Depois recebi uma carta registada em casa a dizer que o contrato tinha sido rescindido», revelou.
O jornalista ficou desiludido: «Não esperava um final destes. Mas a surpresa maior foi pela forma como o contrato foi rescindido. Acho que ao fim de 16 anos, e sendo eu alguém com um passado jornalístico interessante, merecia talvez um abraço final. O meu desgosto vem pelo não reconhecimento do meu trabalho e pela forma de despedimento».
«Por isso, saio amargurado pela forma como fui despedido. O termo, se calhar, é capaz de ser muito duro, mas é verdade. Não queria que fosse assim. Queria que pelo menos houvesse um abraço, houvesse um carinho. Eu sou assim, sou afetivo. Não quer dizer que esteja à espera que as pessoas todas me agradeçam por aquilo que fiz mas, ao fim de 63 anos de carreira, talvez merecesse outro tipo de tratamento», lamentou.
Fernando Correia não vai entrar em guerras: «Ainda por cima não pedi indemnizações, nunca falei nisso, nem em coisa nenhuma. Não tiveram despesa nenhuma comigo. Sou assim, não vou para advogados, não vou pedir nada, não quero. Podia mas não quero...».

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