Conheça os bastidores da saída de Fátima Lopes da TVI
No passado dia 8 de janeiro, a TVI anunciou a saída de Fátima Lopes ao fim de 11 anos de serviço. A veterana apresentadora «deveria assumir a condução de um novo formato nas noites de fim de semana», mas «não aceitou dar seguimento a este projeto nos moldes que lhe foram propostos».
A notícia apanhou tudo e todos de surpresa e Fátima Lopes reagiu posteriormente ao comunicado da estação: «Saio com a convicção de dever cumprido e o orgulho de ter respeitado escrupulosamente, ao longo deste período, todas as minhas obrigações e deveres profissionais, com lealdade e enorme dedicação».
A revista TV Mais desta semana revela os pormenores desta decisão repentina e que está a agitar o mercado televisivo:
Braço-de-ferro por dinheiro
O dinheiro esteve no centro das divergências entre Fátima Lopes e a administração da Media Capital, dona da TVI, que se iniciaram há cerca de três semanas. Ela ganhava um salário mensal de 25 mil euros, mas queria 7500 euros por cada emissão do novo programa «C'è Posta per Te» (que teria uma temporada de 13 emissões).
«Não era exequível para a TVI nos tempos que correm. Foi-lhe comunicado pela administração, e até antes pela Direção de Programas, que não se mexia no ordenado. (...) Ainda assim, ela manteve-se irredutível. Queria ganhar mais, invocando as telepromoções que fazia à tarde e que lhe rendiam mais de 20 mil euros por mês», explica uma fonte da estação.
Postura de Fátima Lopes criticada
«Não tinha razão para estar a pedir mais dinheiro, ganhava o mesmo por 13 programas num ano, pensava que com um programa comprado e em produção a TVI ia ceder. O tiro saiu-lhe pela culatra. Na realidade, o normal até seria reduzir o salário, mas a Cristina [Ferreira] disse que não era uma boa ideia, pois ela andava muito desmotivada e desanimada. O que era preciso era voltar a conquistar a Fátima e foi o que se tentou fazer. O programa foi comprado de propósito para a Fátima, é a cara dela, assentava-lhe na perfeição. Não podemos esquecer que não ganhava as tardes e sempre que fez noite também não ganhou», revela uma outra fonte.
«Isto também é uma questão de ego. A Fátima dizia na frente de vários colegas que era a melhor apresentadora do País e que só ela é que conseguia arrancar dos convidados as coisas mais importantes, que tinha uma noção diferente de outros. Achou que tinha um valor maior do que aquele que tem no mercado neste momento», acrescenta.
O cargo que nunca exerceu
A comunicadora tinha dois contratos, um deles por fazer parte dos quadros da empresa e com o cargo de subdiretora de Conteúdos não Informativos: «Nunca exerceu esse cargo. Porém, era graças a ele que era tão bem paga e tinha regalias como 14 meses de salário, seguro de saúde e carro». O outro era de prestação de serviços e era relacionados com os programas que apresentava, «A Tarde é Sua» e «Conta-me».
A soma dos dois contratos perfaziam 25 mil euros, valor a que se juntavam ainda as telepromoções com mais 20 mil euros, ou seja, Fátima Lopes levava para casa cerca de 45 mil euros mensais.
Cristina Ferreira fora da negociações e João Patrício desprezado!
Fátima Lopes apenas negociou com a administração e através dos advogados das respetivas partes. Cristina Ferreira, diretora de entretenimento e ficção da TVI só soube depois, e pela estrutura acima, das exigências da profissional.
«Com a Direção de Entretenimento nunca quis falar de dinheiro. Quando aceitou o novo programa, nem sequer falou de nada sobre verbas. Depois, nunca quis reunir-se com a direção», afirma fonte próxima do processo.
Quando souberam o que se passava, tentaram abordá-la, mas houve sempre uma recusa por parte da antiga apresentadora das tardes da TVI. «Nem o João Patrício [diretor executivo de Entretenimento] conseguiu abordá-la e ela é madrinha dele de batismo, tinham uma relação muito próxima. A conversa foi sempre de advogados para advogados», assegura a mesma fonte.
Despedida por justa causa
«O CEO [Luís Cunha Velho] convocou uma reunião de trabalho e a Fátima recusou-se a ir enquanto não cedessem às suas exigências. Com tanto dinheiro já gasto com o programa, a produção a avançar, o CEO decidiu rescindir o contrato por justa causa, isto apoiado pela estrutura diretiva da TVI», relata fonte ligada à administração.
A amizade com Cristina Ferreira (ou talvez não)
O alegado mal-estar entre Cristina Ferreira e Fátima Lopes já é falado há algum tempo na imprensa e também nos corredores da TVI: «Não se adoravam, por certo. Nunca gostaram uma da outra ou foram amigas, mas sempre trabalharam no que era necessário sem dramas. Claro que a Fátima não ficou entusiasmada com o regresso de Cristina Ferreira à TVI, nem estava segura de que esta mudança de horário, decisão da diretora, a iria beneficiar. Mas também não estava satisfeita a fazer o que fazia há anos. Queixava-se que ia a chorar para o trabalho e que nunca tinha aceite que lhe tivessem cortado o ordenado. Há muito que havia descontentamento».
«Apesar de a Fátima e Cristina Ferreira tentarem passar uma imagem de que gostam uma da outra, isso não é bem assim. Ficou sempre entre elas um certo incómodo por a Cristina ter convidado o João Patrício para ir com ela para a SIC quando ele trabalhava com a Fátima no, então, programa da tarde da TVI. Isso também provocou uma quebra de confiança e cumplicidade entre a Fátima e o João Patrício. De certa forma, ela não confiava muito na Cristina Ferreira, no João Patrício e no André Manso [diretor de Produção]», descreve outra fonte.
O comportamento de Fátima Lopes mudou com o regresso da 'saloia da Malveira': «A Fátima sabia que, à partida, não iria ter vida fácil, porque já antecipava algumas mexidas da equipa da Cristina. Ela estava cansada do daytime mas nunca imaginou deixar de fazer programas diários. O que ela esperava era que, em vez de fazer A Tarde é Sua, fizesse um programa entre as 18 e as 20 horas, como até chegou a estar em cima da mesa há um ano, quando Felipa Garnel dirigia a TVI. Mas quando se apercebeu que ia deixar por completo este género de formatos, não escondeu a tristeza e alguma desilusão».
A notícia apanhou tudo e todos de surpresa e Fátima Lopes reagiu posteriormente ao comunicado da estação: «Saio com a convicção de dever cumprido e o orgulho de ter respeitado escrupulosamente, ao longo deste período, todas as minhas obrigações e deveres profissionais, com lealdade e enorme dedicação».
A revista TV Mais desta semana revela os pormenores desta decisão repentina e que está a agitar o mercado televisivo:
Braço-de-ferro por dinheiro
O dinheiro esteve no centro das divergências entre Fátima Lopes e a administração da Media Capital, dona da TVI, que se iniciaram há cerca de três semanas. Ela ganhava um salário mensal de 25 mil euros, mas queria 7500 euros por cada emissão do novo programa «C'è Posta per Te» (que teria uma temporada de 13 emissões).
«Não era exequível para a TVI nos tempos que correm. Foi-lhe comunicado pela administração, e até antes pela Direção de Programas, que não se mexia no ordenado. (...) Ainda assim, ela manteve-se irredutível. Queria ganhar mais, invocando as telepromoções que fazia à tarde e que lhe rendiam mais de 20 mil euros por mês», explica uma fonte da estação.
Postura de Fátima Lopes criticada
«Não tinha razão para estar a pedir mais dinheiro, ganhava o mesmo por 13 programas num ano, pensava que com um programa comprado e em produção a TVI ia ceder. O tiro saiu-lhe pela culatra. Na realidade, o normal até seria reduzir o salário, mas a Cristina [Ferreira] disse que não era uma boa ideia, pois ela andava muito desmotivada e desanimada. O que era preciso era voltar a conquistar a Fátima e foi o que se tentou fazer. O programa foi comprado de propósito para a Fátima, é a cara dela, assentava-lhe na perfeição. Não podemos esquecer que não ganhava as tardes e sempre que fez noite também não ganhou», revela uma outra fonte.
«Isto também é uma questão de ego. A Fátima dizia na frente de vários colegas que era a melhor apresentadora do País e que só ela é que conseguia arrancar dos convidados as coisas mais importantes, que tinha uma noção diferente de outros. Achou que tinha um valor maior do que aquele que tem no mercado neste momento», acrescenta.
O cargo que nunca exerceu
A comunicadora tinha dois contratos, um deles por fazer parte dos quadros da empresa e com o cargo de subdiretora de Conteúdos não Informativos: «Nunca exerceu esse cargo. Porém, era graças a ele que era tão bem paga e tinha regalias como 14 meses de salário, seguro de saúde e carro». O outro era de prestação de serviços e era relacionados com os programas que apresentava, «A Tarde é Sua» e «Conta-me».
A soma dos dois contratos perfaziam 25 mil euros, valor a que se juntavam ainda as telepromoções com mais 20 mil euros, ou seja, Fátima Lopes levava para casa cerca de 45 mil euros mensais.
Cristina Ferreira fora da negociações e João Patrício desprezado!
Fátima Lopes apenas negociou com a administração e através dos advogados das respetivas partes. Cristina Ferreira, diretora de entretenimento e ficção da TVI só soube depois, e pela estrutura acima, das exigências da profissional.
«Com a Direção de Entretenimento nunca quis falar de dinheiro. Quando aceitou o novo programa, nem sequer falou de nada sobre verbas. Depois, nunca quis reunir-se com a direção», afirma fonte próxima do processo.
Quando souberam o que se passava, tentaram abordá-la, mas houve sempre uma recusa por parte da antiga apresentadora das tardes da TVI. «Nem o João Patrício [diretor executivo de Entretenimento] conseguiu abordá-la e ela é madrinha dele de batismo, tinham uma relação muito próxima. A conversa foi sempre de advogados para advogados», assegura a mesma fonte.
Despedida por justa causa
«O CEO [Luís Cunha Velho] convocou uma reunião de trabalho e a Fátima recusou-se a ir enquanto não cedessem às suas exigências. Com tanto dinheiro já gasto com o programa, a produção a avançar, o CEO decidiu rescindir o contrato por justa causa, isto apoiado pela estrutura diretiva da TVI», relata fonte ligada à administração.
A amizade com Cristina Ferreira (ou talvez não)
O alegado mal-estar entre Cristina Ferreira e Fátima Lopes já é falado há algum tempo na imprensa e também nos corredores da TVI: «Não se adoravam, por certo. Nunca gostaram uma da outra ou foram amigas, mas sempre trabalharam no que era necessário sem dramas. Claro que a Fátima não ficou entusiasmada com o regresso de Cristina Ferreira à TVI, nem estava segura de que esta mudança de horário, decisão da diretora, a iria beneficiar. Mas também não estava satisfeita a fazer o que fazia há anos. Queixava-se que ia a chorar para o trabalho e que nunca tinha aceite que lhe tivessem cortado o ordenado. Há muito que havia descontentamento».
«Apesar de a Fátima e Cristina Ferreira tentarem passar uma imagem de que gostam uma da outra, isso não é bem assim. Ficou sempre entre elas um certo incómodo por a Cristina ter convidado o João Patrício para ir com ela para a SIC quando ele trabalhava com a Fátima no, então, programa da tarde da TVI. Isso também provocou uma quebra de confiança e cumplicidade entre a Fátima e o João Patrício. De certa forma, ela não confiava muito na Cristina Ferreira, no João Patrício e no André Manso [diretor de Produção]», descreve outra fonte.
O comportamento de Fátima Lopes mudou com o regresso da 'saloia da Malveira': «A Fátima sabia que, à partida, não iria ter vida fácil, porque já antecipava algumas mexidas da equipa da Cristina. Ela estava cansada do daytime mas nunca imaginou deixar de fazer programas diários. O que ela esperava era que, em vez de fazer A Tarde é Sua, fizesse um programa entre as 18 e as 20 horas, como até chegou a estar em cima da mesa há um ano, quando Felipa Garnel dirigia a TVI. Mas quando se apercebeu que ia deixar por completo este género de formatos, não escondeu a tristeza e alguma desilusão».
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