Rita Lello sobre João Rendeiro: «Merece a minha compaixão, não consigo evitá-la»

João Rendeiro foi encontrado morto na passada sexta-feira, 13 de maio, num cenário de enforcamento, na cela da cadeia de alta segurança de Westville, na África do Sul, onde estava detido há cinco meses.
Rita Lello não ficou indiferente e publicou um texto sobre o ex-banqueiro no seu perfil de Facebook: «O João Rendeiro apareceu enforcado primeiro na cela que partilhava com dezenas de reclusos depois afinal numa cela em que estava sozinho... (bocas as notícias agora são bocas escritas à pressa é sempre possível editá-las... e se voltássemos ao papel)», começou por escrever.
«O João Rendeiro, estava a esgotar os recursos para evitar a extradição para Portugal e não tinha dinheiro para pagar a sua advogada – nalgumas notícias, uma das melhores advogadas sul africanas, noutras notícias era só uma advogada assim-assim – que esta estava prestes a deixar de o patrocinar (palavra extraordinária que os advogados utilizam para falar da relação comercial que os liga a quem precisa absolutamente deles para se entender entre normas criadas por juristas de forma a manter a indispensabilidade da classe). O João Rendeiro era um ladrão. Um ladrão de casaca, mas não era um assassino, não era um pedófilo, um violador nem sequer um traficante de droga, de carne branca, de órgãos, de crianças para venda a redes de prostituição. O João Rendeiro era um Ladrão! O João Rendeiro, esse ladrão, tinha dito há umas semanas ou dias, não sei ao certo, que estava "ansioso por ir a tribunal"», explicou.
«O João Rendeiro ladrão, prestes a ficar sem quem o "patrocinasse" estava "ansioso" para ir a tribunal e dias depois aparece morto na cela que partilha com outros ladrões e traficantes, assassinos de ocasião e assassinos profissionais, violadores... numa prisão de um país muito mais violento que Portugal. O João Rendeiro, esse ladrão, matou-se ou foi morto por outros ladrões que encomendaram a morte do João Rendeiro, esse ladrão, com medo que ele "ansioso" como estava para ir a tribunal e com uma advogada demissionária pusesse a boca no trombone e começasse a "tocar"? Qualquer das situações merece a minha compaixão, não consigo evitá-la», acrescentou.
«Por muito que saiba que o João Rendeiro era um ladrão, um pulha, um canalha. O João Rendeiro morreu sozinho numa situação inimaginável e cercado de gente inimaginável. Morreu no Inferno. Coitado do João Rendeiro», lamentou a atriz e filha de Maria do Céu Guerra.

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