Luís Osório responde ao comunicado de Paulo de Carvalho: «Uma pessoa lê e não acredita»
Luís Osório está em guerra aberta com Paulo de Carvalho. O jornalista e escritor acusou o cantor e compositor de ter demitido o pai - que foi o seu agente durante mais de 10 anos - quando este confessou ter SIDA: «Ficou com uma mão à frente e outra atrás. Sem indemnização e quase sem dinheiro. Foi a única vez que o vi chorar ao pé de mim. De desespero, mas também de desilusão pelo homem a quem dedicara os melhores anos da sua vida».
Luís Osório esclareceu que nunca pensou escrever sobre o assunto, que aconteceu há três décadas, no entanto, após ver que o seu pai foi excluído da biografia de Paulo de Carvalho, este definido como «um cidadão de generosidade solidária», não perdoou: «Nem uma nota de rodapé ou uma vírgula que fosse. Rigorosamente nada. Como se ele nunca tivesse existido».
Por sua vez, Paulo de Carvalho alegou ter sido «vítima de uma série de graves calúnias»: «Fui eu quem acompanhou o José Manuel Osório durante a doença (...) E, nos anos seguintes (e foram alguns), continuou a trabalhar comigo e apenas por sua livre vontade essa colaboração chegou ao fim. Nem foi despedido, nem jamais o estigma de uma qualquer doença seria motivo para me afastar de quem quer que fosse», garantiu.
Posto isto, Luís Osório afirmou ter recebido «inúmeras mensagens de gente que conheceu a história, que sabe exatamente o que aconteceu, alguns que são próximos de Paulo de Carvalho, que eram próximos dos dois». «Não posso deixar de responder ao comunicado de PC. Um comunicado que é ainda mais grave (e claro sobre a sua persona) do que tudo aquilo que esteve em causa no modo como tratou uma pessoa com quem trabalhava há longos anos. Penso que já não se trata de respeitar a memória de um homem como José Manuel Osório. Trata-se de respeitar o que foi o sofrimento de toda a família - a começar pela minha avó Alice e pela tia Cristina (e Teresa) que estiveram na primeira linha entre as pessoas que se sacrificaram naquela altura», escreveu.
«No comunicado vai ao ponto de nos informar que foi ele a ajudá-lo quando ficou doente. Que foi o meu pai a desejar sair porque ele jamais faria tal coisa. Uma pessoa lê e não acredita. (...) Se Paulo de Carvalho desejar - se achar por bem - que me processe por difamação do seu bom nome. Terei gosto em esclarecer o tribunal e de levar comigo toda a família direta, todos os que em casa presenciaram o estado de abandono, de sofrimento e de raiva do meu pai. Eu tinha 19 anos. Era muito jovem, mas felizmente ainda existem duas irmãs e a Teresa. Elas poderão confirmar e acrescentar o que não escrevi para salvaguardar o que Paulo de Carvalho representa como músico. As minhas tias e a Ana Campos Reis que o recebeu, que nos recebeu, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, um apoio fundamental e que teve de acontecer. Elas e todos os que poderão testemunhar - porque não existe uma única pessoa no meio que não saiba o que aconteceu. Muitos não o farão pela dimensão mediática de Paulo de Carvalho ou por serem próximos, mas não há ninguém que não saiba. Também poderei levar os papéis que me deixou, cartas. Ou dar a ler o livro que com ele escrevi, também muito claro», acrescentou.
«Lendo o comunicado de PC até parece que lhe temos de agradecer pela sua presença e ajuda. Só receio pelo que vem a seguir. Porque um homem que escreve aquele comunicado é capaz de tudo», rematou.
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